Semana de Engenharia Civil gera mobilização

Para Ericksson Rocha e Almendra, Semana de Engenharia Civil é uma forma de o aluno se mobilizar em torno dos seus cursos. Walmir Lima Costa Júnior, bolsista do PET-Civil e organizador do evento, também comenta a atuação do PET. Leia mais aqui.

O que você pensa sobre a Semana de Engenharia Civil?
Eu acredito que essa é uma forma de o aluno se mobilizar em torno dos seus cursos. Hoje, praticamente todo curso da escola politécnica tem a sua semana. Eu acho que esse tipo de evento é um pouco escola também, ou seja, os alunos se organizarem na produção de um evento é os alunos se organizarem para um projeto, ou seja, é um aprendizado para eles. Tanto é que a escola está estudando a possibilidade de considerar esse tipo de trabalho como valendo crédito de extensão.

Além disso, o evento, na medida em que são realizadas palestras com temas pertinentes ao curso, se porta como um aprendizado com o estilo diferente do dia-a-dia para os demais alunos da escola. Portanto, a escola é inteiramente favorável: ajuda, trabalha e participa da Semana.

Qual a sua opinião quanto a essa semana ser organizada pelo Programa de Educação Tutorial?

Essa é uma experiência que só existe na engenharia civil, nos outros cursos da escola não é dessa maneira. Acho positiva, pois tenho a impressão que para os alunos do PET é uma forma adicional de agregação em torno do projeto. Apesar de que os outros 11 cursos se organizam sem estar vinculados a projetos tipo PET.

O senhor acha que seria interessante os outros cursos da engenharia terem também o seu programa de educação tutorial?

Não sei. A questão do projeto PET é que foi um projeto criado pelo MEC que carrega uma polêmica muito grande sobre a cristalização excessiva. Entre os projetos, todos passam por uma renovação, o PET é o único que o coordenador é o mesmo durante anos. Então tudo isso carrega uma carga de polêmica. Eu diria que o PET é interessante, tem mostrado resultados interessantes, mas que talvez o processo de organização e condução pudesse ser diferente.

Entrevista com Walmir Lima Costa Júnior, bolsista do PET-Civil e organizador do evento

Como surgiu a idéia de organizar uma Semana de Engenharia Civil?

O evento ocorre desde 2005 e foi uma iniciativa dos alunos de engenharia civil. Em 2006, esses alunos que realizaram o evento não puderam fazê-lo, pois tinham estágio e outros compromissos. Em 2007, a professora Ana Maria, coordenadora do curso, pediu para o PET, que era a única organização da engenharia civil que tinha o mínimo de estrutura e vontade de realizar o evento, realizar o evento.

Mesmo sem ter muita experiência com esse tipo de produção e com a ajuda de único aluno que sobrou de 2005, o evento aconteceu. Foi um sucesso de público, até maior do que o de 2008. É um evento de grande importância porque o aluno de engenharia civil é grande maioria na escola politécnica e, além disso, é carente na organização. A engenharia civil é muito dispersa, são quatro departamentos, enquanto as outras têm apenas um.

A gente entende extensão como algo que consiga atingir uma demanda externa à academia. Você acha que o evento está conseguindo cumprir esse papel?

Muitos alunos da UERJ e da PUC vieram e tentaram se inscrever. Além disso, os vestibulandos vieram assistir. Então, acredito que sim.

Como foi pra você produzir um evento desse porte?

O evento foi gratificante. Claro que tem horas que você se sente injustiçado, alguém chega e critica. Depois de tanto trabalho, a pessoa que não fez nada para ajudar vem aqui te criticar. Claro que tem um momento de gratificação, que se dá com esses alunos de fora, esses vestibulandos, os professores que cancelam a aula para que os alunos participem da semana...

E por termos que correr atrás de palestrantes, pessoas que estiveram no nosso lugar muito tempo atrás. A maioria deles estudou aqui e eles se sentem muito felizes de voltar à escola politécnica e falar para os futuros engenheiros.

Esse foi seu grande feito dentro do PET?

Sim, claro. Tem os trabalhos de pesquisa que também são importantes, mas esse evento é completo, pois, além da satisfação de fazer dar certo, ainda é trazer um conhecimento de forma diferente para dentro da universidade.


Revista Vetor – Ano 2 – Número 2 – Dez. 2008