Estudo da mecânica dos solos pode solucionar problema dos deslizamentos de terra, afirma engenheiro da UFRJ. Leia mais.
Todos os anos, durante o chuvoso verão característico do Estado do Rio de Janeiro, a imprensa noticia deslizamentos de terra em áreas de encosta, que matam dezenas de pessoas, e destroem famílias. Trata-se de um problema grave que as autoridades parecem ter dificuldade de resolver – talvez por negligência, devido à baixa condição social das vítimas.
Esse assunto foi abordado na palestra proferida pelos Professores Arthur Danzinger e Fernando Barata sobre mecânica dos solos. Esse estudo que procura prever o comportamento de maciços terrosos quando sujeitos a alterações provocadas, por exemplo, por obras de engenharia.
– Meu grande sonho é a criação de um instituto dedicado exclusivamente a pesquisa de instabilidade de encostas, para resolver o problema dos deslizamentos de terra que todos os verões desabrigam e matam inúmeras pessoas – disse, emocionado, o Professor Barata que, aos 84 anos, participa intensamente de grandes obras da engenharia nacional.
Para os engenheiros, o estudo dessa disciplina é de extrema importância para a concretização de um projeto urbano viável, como a aplicação de barragens, escavações, túneis e fundações. Ao se negligenciar tais estudos, pode-se pôr em risco a vida das pessoas, como aconteceu em Nova Orleans, no advento do furacão Katrina.
– Os diques da cidade de Nova Orleans foram mal dimensionados. Os engenheiros subestimaram a resistência do solo mole sobre o qual essas estruturas foram construídas e, por isso, não previram que as mesmas cederiam face a um movimento de ar e água mais forte – afirmaram os professores.
Os sistemas construtivos à base de cimento no mercado
Representante da Cimentos Portland revela lacuna no ensino de engenharia do Rio de Janeiro
Para o engenheiro Eduardo D’Ávilla, gerente regional da ABPC (Associação Brasileira de Cimentos Portland), há uma falha no tradicional ensino de engenharia no Rio de Janeiro. Métodos de modularização construtiva, que permitem a otimização de projetos de construção em termos sócio-ambientais, não estão incluídos nas ementas de muitos cursos de graduação do estado.
D’Ávilla justificou a necessidade de tal ensino:
– Com o aumento do crédito habitacional para as classes média e baixa, as construtoras vêem uma necessidade cada vez maior de rapidez e corte de gastos nas obras, o que pode ser feita através da modularização construtiva.
Ele disse que já existem disciplinas que contemplam esses métodos em faculdades particulares e na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ (FAU).
– A FAU, inclusive, concretizou, em 2005, o projeto da Casa 1.0, construída toda com blocos de concreto de alvenaria estrutural – lembrou D’Ávilla.
O engenheiro exemplificou problemas decorrentes dessa lacuna no ensino tomando como exemplo a obra do Arco Rodoviário do Rio de Janeiro, em que um dos lotes foi projetado com pavimentação em concreto.
Hoje, há a necessidade de trazer engenheiros de fora do estado para realizar a obra, devido à falta de profissionais capacitados no Rio.
A utilização da Fibra de Carbono na Construção Civil
Nova tecnologia já vem sendo aplicada em obras públicas
A palestra ministrada por Alexandre Duarte, profissional formado na UFRJ, teve como foco principal a utilização de uma nova tecnologia nas reformas estruturais, em que se substituem peças de concreto por uma malha de fibra de carbono.
– Essa fibra é fina como um tecido e tem uma resistência à tração maior que a do aço – explicou o engenheiro.
Duarte mostrou, durante sua apresentação, inúmeras fotos de obras como a recuperação de uma torre de transmissão de TV no Sumaré.
– Com as novas normas ambientais seria impossível derrubar e construir outra no lugar, tamanha a área verde preservada no entorno. A fibra de carbono é importante exatamente por reduzir o impacto ambiental – concluiu o professor.
Esse assunto foi abordado na palestra proferida pelos Professores Arthur Danzinger e Fernando Barata sobre mecânica dos solos. Esse estudo que procura prever o comportamento de maciços terrosos quando sujeitos a alterações provocadas, por exemplo, por obras de engenharia.
– Meu grande sonho é a criação de um instituto dedicado exclusivamente a pesquisa de instabilidade de encostas, para resolver o problema dos deslizamentos de terra que todos os verões desabrigam e matam inúmeras pessoas – disse, emocionado, o Professor Barata que, aos 84 anos, participa intensamente de grandes obras da engenharia nacional.
Para os engenheiros, o estudo dessa disciplina é de extrema importância para a concretização de um projeto urbano viável, como a aplicação de barragens, escavações, túneis e fundações. Ao se negligenciar tais estudos, pode-se pôr em risco a vida das pessoas, como aconteceu em Nova Orleans, no advento do furacão Katrina.
– Os diques da cidade de Nova Orleans foram mal dimensionados. Os engenheiros subestimaram a resistência do solo mole sobre o qual essas estruturas foram construídas e, por isso, não previram que as mesmas cederiam face a um movimento de ar e água mais forte – afirmaram os professores.
Os sistemas construtivos à base de cimento no mercado
Representante da Cimentos Portland revela lacuna no ensino de engenharia do Rio de Janeiro
Para o engenheiro Eduardo D’Ávilla, gerente regional da ABPC (Associação Brasileira de Cimentos Portland), há uma falha no tradicional ensino de engenharia no Rio de Janeiro. Métodos de modularização construtiva, que permitem a otimização de projetos de construção em termos sócio-ambientais, não estão incluídos nas ementas de muitos cursos de graduação do estado.
D’Ávilla justificou a necessidade de tal ensino:
– Com o aumento do crédito habitacional para as classes média e baixa, as construtoras vêem uma necessidade cada vez maior de rapidez e corte de gastos nas obras, o que pode ser feita através da modularização construtiva.
Ele disse que já existem disciplinas que contemplam esses métodos em faculdades particulares e na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ (FAU).
– A FAU, inclusive, concretizou, em 2005, o projeto da Casa 1.0, construída toda com blocos de concreto de alvenaria estrutural – lembrou D’Ávilla.
O engenheiro exemplificou problemas decorrentes dessa lacuna no ensino tomando como exemplo a obra do Arco Rodoviário do Rio de Janeiro, em que um dos lotes foi projetado com pavimentação em concreto.
Hoje, há a necessidade de trazer engenheiros de fora do estado para realizar a obra, devido à falta de profissionais capacitados no Rio.
A utilização da Fibra de Carbono na Construção Civil
Nova tecnologia já vem sendo aplicada em obras públicas
A palestra ministrada por Alexandre Duarte, profissional formado na UFRJ, teve como foco principal a utilização de uma nova tecnologia nas reformas estruturais, em que se substituem peças de concreto por uma malha de fibra de carbono.
– Essa fibra é fina como um tecido e tem uma resistência à tração maior que a do aço – explicou o engenheiro.
Duarte mostrou, durante sua apresentação, inúmeras fotos de obras como a recuperação de uma torre de transmissão de TV no Sumaré.
– Com as novas normas ambientais seria impossível derrubar e construir outra no lugar, tamanha a área verde preservada no entorno. A fibra de carbono é importante exatamente por reduzir o impacto ambiental – concluiu o professor.
Revista Vetor – Ano 2 – Número 2 – Dez. 2008